Bebidas Vegetais 28/02/2024

Pegando carona com o crescimento do mercado de produtos para alérgicos e intolerantes, o mercado de bebidas vegetais vem mudando no Brasil e no mundo. A categoria, que antes era restrita em bebidas à base de soja, ganhou nos últimos anos novas versões produzidas com outras matérias-primas como arroz, amêndoas, nozes e aveia. Dados da consultoria Euromonitor Internacional revelam um crescimento de 51,5% do mercado de bebidas vegetais no país em 2018. Aqui entram bebidas elaboradas, principalmente, a partir de arroz, aveia, coco e amêndoas.

 O valor das bebidas vegetais nos pontos de venda compreende desde uma maior margem até uma diversificação de mix para o varejista, que disponibiliza ao consumidor uma maior variedade para intolerantes, alérgicos e até quem busca apenas uma alimentação mais saudável, para um maior movimento nas lojas.

De acordo com o ranking mundial, China, Estados Unidos, Espanha, Canadá e Reino Unido são os países que mais movimentam a categoria. Prova disso, é que o consumo de "leites" de origem vegetal aumentou enquanto o de leite de vaca diminui ano a ano. O segmento que globalmente representa quase 30 bilhões de dólares, de acordo com dados do Euromonitor International, comprova para o varejo brasileiro o enorme potencial de negócio. Já um relatório divulgado em 2017 nos Estados Unidos aponta para o forte crescimento da oferta e demanda pelos chamados "leites vegetais".

Hoje, com a gama de produtos existente na categoria é possível fidelizar qualquer perfil de consumidor, target ou preferência em paladar. Bebidas de arroz, castanha de caju, coco, amêndoas, aveia e soja são algumas das opções já disponíveis no Brasil. Entretanto, o mercado ainda pode ser muito maior. 

Mas afinal, o que são Bebidas Vegetais? De acordo com Márcia Terra, Nutricionista, membro da diretoria da SBAN - Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, "São bebidas feitas à base de alimentos de origem vegetal, como soja, amêndoas, coco, arroz, entre outros alimentos.". A Dra. Daniela Cierro, diretora da Asbran - Associação Brasileira de Nutrição - ainda complementa: "As bebidas vegetais são caracterizadas como bebidas hidrossolúveis (solúveis em água), nas quais não há presença de gordura animal e lactose, sendo consideradas fontes de minerais", informa.

A categoria de bebidas vegetais representa, no Brasil, quase R$ 700 milhões de faturamento, resultado que vêm crescendo ano a ano e apresentando aumento no segmento de bebidas especiais. A Nestlé conta, atualmente, com quatro SKUs no seu portfólio. As bebidas Nesfit de arroz, de aveia e a combinação aveia e cacau, todas no formato 1 litro. Além de uma garrafinha de 260 ml na versão aveia e cacau.  Para 2019, a Nestlé deve lançar mais dois SKUs.

Segundo a nutricionista e membro da diretoria da SBAN - Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição -, Márcia Terra, essas bebidas podem ser consumidas como alternativa para as pessoas que não querem consumir alimentos de origem animal, como os veganos, pessoas que não toleram a lactose, e pessoas com alergia à proteína do leite (caseína). 

O Carrefour está entre as redes supermercadistas que estão evidenciando a categoria de bebidas vegetais nos pontos de venda. Com mais de 30 SKU's das principais marcas, incluindo opções orgânicas, a rede comercializa o sortimento em todos os seus hipermercados, supermercados e lojas de proximidade do país

O mercado de bebidas vegetais tem sido movimentado, principalmente, pelos intolerantes à lactose ou alérgicos a alguma proteína do leite. Este shopper, por ter dentro de sua alimentação a restrição no consumo de leites de vaca, acaba buscando alternativas mais saudáveis e que correspondem, em questão de benefícios e patamar. Segundo dados de pesquisa Datafolha, no Brasil, 35% da população com idade acima de 16 anos, cerca de 53 milhões de pessoas, relatam algum tipo de desconforto digestivo após o consumo de derivados do leite.

Com o objetivo de oferecer mais variedade em bebidas vegetais para o consumidor, a Casa Santa Luzia, localizada no bairro Jardim Paulista, em São Paulo, revela que tem aumentado o seu mix de produtos nesta categoria. De acordo com a Casa, a demanda por esses itens tem crescido cada vez mais. A indústria também tem se mostrado atenta ao aumento na busca e consumo desses itens. 

O mercado de bebidas vegetais está em expansão, é o que ressalta Luis Eduardo Ramirez, gerente de marketing de lácteos da Tetra Pak Brasil.

Junto com os intolerantes à lactose e alérgicos, as pessoas que buscam apenas uma alimentação mais equilibrada e saudável também se apresentam como shoppers em potencial para alavancar a categoria. De acordo com dados da Nielsen, 66% dos consumidores nacionais gastariam mais para adquirir alimentos e bebidas livres de ingredientes indesejáveis. 

As bebidas à base de soja caíram 8% em volume em 2017, para 135,8 milhões de litros. Em 2018, o volume também deve retroceder 19,6%, para 100,3 milhões. A previsão para 2017 a 2022 é de uma queda anual média de 6,5%, de acordo com dados da Euromonitor International. Esse movimento pode ser explicado por dois fatores distintos: questões de alergênicos e uma maior variedade de bases disponíveis no mercado.

 A rede de supermercados Hirota tem se adequado, aos poucos, à demanda do consumidor por bebidas vegetais. De olho no potencial desses produtos, a empresa afirma que a onda de saudabilidade alavanca o consumo desses itens. As bebidas vegetais à base de soja são as mais vendidas no Hirota. Porém, a rede percebe um crescimento de bebidas à base de arroz. Esses produtos estão expostos junto aos leites. A rede trabalha, hoje, com três bases de bebidas vegetais, a soja, de arroz e de coco. Confira!

Com um portfólio robusto de Bebidas Vegetais, com Nesfit, a Nestlé confirma que a categoria é altamente rentável para o varejo. Além das embalagens para consumo familiar, a Nestlé trabalha o formato de 260 ml, no sabor aveia e cacau, principalmente nas lojas mais atualizadas, que atende um público mais moderno.

A rede Zaffari observa o aumento na procura por bebidas vegetais nas lojas. Com crescimento superior a dois dígitos ano a ano, a categoria ganha cada vez mais relevância no mix da rede, com mais opções de marcas e ampliação do espaço para esses produtos.