Supermercados e marketplaces acirram disputa pelo shopper virtual
A Corrida do E-commerce
Praticidade virou uma das
palavras de ordem no novo comportamento do shopper. E se antes da pandemia o
varejo já tinha que investir em novos serviços frente à acirrada concorrência,
agora, essa necessidade se torna ainda mais pungente - sobretudo numa
conjuntura onde o cliente tem um mundo de possibilidades na palma da mão. Esse
é um dos fatores, inclusive, que traçam um caminho sem volta para o varejo
alimentar: o e-commerce. As compras de alimentos e bebidas têm sido as
principais alavancas de crescimento do comércio eletrônico, com uma disparada
de 128% no volume de pedidos no primeiro semestre de 2022, segundo dados da
NielsenIQ | Ebit. Vale lembrar que, em 2021, a categoria já havia tido alta
expressiva de 107%.
A Força dos Marketplaces
Há uma série de fatores
que estão conduzindo essa narrativa de crescimento do supermercado online, como
a ascensão dos marketplaces. Dentre as 5 plataformas mais utilizadas para
compras de supermercado online, apenas uma é varejista alimentar. Esse número,
por si só, já demonstra que o setor tem concorrentes de peso nessa corrida do
e-commerce, para além das redes supermercadistas. No estudo, realizado pela
Dunnhumby, o top 10 de market share nas vendas de supermercado online é
composto por: Mercado Livre (17%), Amazon (16%), Americanas (11%), Magalu
(11%), Carrefour (6%), Atacadão (5%), Assaí (5%), Extra (4%), Pão de Açúcar (2%)
e outros (24%). Para avançar ainda mais na venda de alimentos e bebidas, os
marketplaces têm feito investimentos milionários para reforçar sua logística e,
assim, poder explorar o potencial da categoria a partir de novas localidades,
como as favelas.
Experiências Potencializam
Vendas
Acessados mensalmente por
41% dos brasileiros, os sites e aplicativos são utilizados para reposições
pontuais e compras de conveniência. No entanto, o valor gasto no canal
demonstra o espaço que ainda existe para crescimento. Ao todo, 83% dos
brasileiros fazem compras online de alimentos, mas apenas 37% dos gastos com a
categoria são direcionados às plataformas digitais. Uma das estratégias para
garantir mais atratividade ao e-commerce é transcender o conceito de experiência
na jornada de compra física, levando-o até o universo digital. "Temos apostado
em levar o conceito do merchandising para o e-commerce, dentro das páginas dos
produtos, com uma vitrine virtual, onde o varejo pode criar uma ambientação,
sugerir receitas e modos de uso, indicar produtos relacionados, com texto,
vídeo ou qualquer outro elemento gráfico", explica Emerson Spina, CCO da
Standout.
Canal Digital Chegou para
Ficar
Dados comprovam que, mesmo
com a reabertura das lojas físicas, o número de compradores online continua a
subir. O e-commerce fechou o primeiro semestre de 2022 com 49,8 milhões de
usuários no Brasil, contra 42 milhões no mesmo período de 2021 - alta de 18%.
"Cada vez mais o consumidor opta por fazer compras online para abastecer
suas moradias com alimentos, bebidas, produtos de higiene pessoal, ou seja,
esses produtos de baixo custo e alto giro", destaca Marcelo Osanai, head
de e-commerce da NielsenIQ|Ebit. Enquanto 17% dos shoppers compram apenas nas
lojas físicas e 2% somente no comércio eletrônico, a maioria (81%) já aproveita
ambas as experiências. Com a possibilidade de compras integradas, outra palavra
de ordem ganha força no varejo alimentar: a omnicanalidade.