5 insights da NFR 2025
*Por Aparício Gomes, Superintendente Comercial da Cielo
A NRF 2025: Retail's Big Show, realizada em Nova York, nos Estados Unidos, começou no último domingo com uma série de palestras e discussões sobre as inovações que devem moldar o futuro do varejo. Confira os principais destaques do evento.
Inteligência artificial e a revolução no varejo
Assim como na edição de 2024, a inteligência artificial foi um dos principais temas nas discussões do evento. Com um papel central na transformação do varejo, a tecnologia tem permitindo personalizações mais precisas e a otimização de operações.
No painel de abertura da NRF 2025, foi mostrado o potencial dos gêmeos digitais para simular ambientes de lojas e centros de distribuição, além de citar iniciativas para prever demanda e otimizar estoques, melhorando layouts e reduzindo custos.
Transformação digital no modelo omnichannel
A integração entre canais físicos e digitais para uma jornada sem fricções é uma das prioridades do setor. O case de uma marca de vestuário dos EUA foi mostrado como exemplo de investimento na conexão de operações por meio de call centers, redes sociais e aplicativos, oferecendo uma experiência fluida e personalizada, enquanto outra marca do mesmo setor mostrou como passou por uma reestruturação para se tornar um varejista omnichannel de classe mundial.
Ambas mostram que, ao adotar novas tecnologias, é possível otimizar a jornada do cliente, aumentar a conveniência e engajar os consumidores de forma eficaz em ambos os ambientes.
O crescimento das gerações Z e Alpha no varejo
As novas gerações estão redefinindo o varejo, priorizando personalização, autenticidade e engajamento digital. Elas buscam produtos de nicho, criados por fundadores com profundo conhecimento, refletindo escolhas mais criteriosas e informadas, em que algoritmos têm papel decisivo na recomendação de itens específicos. Apesar do grande interesse pelo digital, as lojas físicas mantêm sua importância, sobretudo quando oferecem vivências imersivas e tecnológicas.
A capacidade de personalizar cada etapa do consumo torna-se indispensável para atrair e fidelizar essas faixas etárias. Nesse cenário, meios de pagamento também ganham relevância: gerações Z e Alpha valorizam agilidade e praticidade, recorrendo a carteiras digitais e sistemas móveis, que simplificam a jornada de compra. Além disso, soluções integradas em ambientes virtuais, como em jogos, permitem aquisições instantâneas e sem barreiras, reforçando a busca por experiências fluidas e imediatas.
Cultura como estratégia
Uma cultura corporativa sólida pode ser um motor estratégico para enfrentar a volatilidade e impulsionar o crescimento sustentável. Brian Cornell, CEO da Target, rede de lojas de varejo dos EUA criada em 1962, destacou a combinação de cuidado com as equipes, investimento em desenvolvimento de talentos e criação de um ambiente de apoio como um fator fundamental para o sucesso da empresa. Programas personalizados, como o desenvolvimento de diretores de loja, promovem desempenho e retenção ao integrar cocriação e aprendizado contínuo.
A reinvenção das lojas físicas
As lojas físicas estão passando por uma transformação significativa, posicionando-se como ambientes de conexão e experiências imersivas. Para ilustrar, foi mostrado o exemplo de uma marca de calçados que criou um novo conceito de loja voltado para celebrar a cultura dos tênis, com áreas dedicadas a lançamentos de produtos exclusivos, espaços de customização e zonas de interação tecnológica. Da mesma forma, outra empresa do setor contou como integrou experiências digitais ao design de suas flagship stores (lojas conceito), criando zonas de engajamento esportivo e estúdios de personalização.
Nesse sentido, o varejo físico continua relevante, mas em transição de experiências transacionais para experiências mais personalizadas e imersivas, incentivando os consumidores a explorar, criar e se conectar com as marcas.