Visão 2030 guia Natura em direção às novas demandas de consumo
Consumidores Mais Engajados
Com consumidores cada vez mais engajados em questões
sociais e conscientes em relação à atuação das marcas nessas causas, as
empresas estão buscando implantar novas estratégias, sobretudo com foco em ESG,
em suas operações, produtos e serviços. Na Natura &Co, esses pilares ganham
forma na chamada "Visão 2030", que foi divulgada em 2020 e relançada em
setembro deste ano. "Nossa atuação tem como principal foco a América Latina,
onde nossa atenção se intensifica a partir da revisão das metas da Visão 2030.
Concentraremos nossos esforços nas temáticas cruciais da Amazônia,
biodiversidade, regeneração, circularidade e direitos humanos", ressalta Angela
Pinhati, diretora de sustentabilidade de Natura &Co América Latina, em
entrevista exclusiva ao Jornal Giro News.
Visão 2030
A iniciativa reúne uma série de compromissos e metas
que norteiam as ações da companhia. "As práticas ESG estão distribuídas em três
áreas de atuação que consideramos essenciais para estabelecer um modelo de
desenvolvimento sustentável: endereçar a crise climática e proteger a
biodiversidade; defender os direitos humanos e sermos mais humanos; e abraçar a
circularidade e a regeneração", explica. Segundo a executiva, o planejamento
estratégico da Natura &Co tem a sustentabilidade como "habilitador-chave". Na
prática, isso significa que todas as áreas têm que definir a forma de
contribuir com as metas socioambientais nos seus KPIs (indicadores-chave de
desempenho).
A Visão 2030 inclui metas como: tonar as cadeias de
fornecimento de matérias-primas 100% livres de desmatamento e de conversão da
vegetação nativa; aumentar em quatro vezes as compras de insumos da
sociobioeconomia da região da Amazônia; atingir 25% de pessoas negras em cargos
gerenciais no Brasil a partir de 2025, e 30% a partir de 2030; e ter 50% (em
peso) de conteúdo reciclado em todo o plástico usado nas embalagens, que serão
100% reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis.
Tendência de Mercado
Para a companhia, os compromissos acompanham um
movimento sem volta no mercado. "Adotar uma postura em defesa de uma lógica
sustentável não é mais um diferencial competitivo hoje em dia, e sim um
imperativo econômico, uma vez que as empresas que quiserem prosperar precisam
trabalhar para criar valor social e ambiental para além de resultados
financeiros", analisa Angela. Neste cenário, a expectativa é que a demanda por
produtos que impactam positivamente toda a cadeia produtiva se mantenha como uma
forte tendência. "Agora, as ações com foco em ESG são realmente uma demanda
presente no dia a dia das pessoas, mesmo que elas ainda tenham dificuldade em
reconhecer a sigla aplicada em seu dia a dia", conclui a diretora.