O Pequeno Varejista e a Transformação Digital Causada pela Pandemia
*PorErick
Melo
Poucos segmentos foram tão
duramente atingidos pelo surto global do Covid-19 quanto o dos pequenos
varejistas. Com serviços essencialmente "analógicos", a grande
maioria deles teve de se adaptar e investir em ferramentas nunca antes
cogitadas para não terem de fechar as portas por conta da pandemia.
De acordo com a Associação
Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), 150.000 novas lojas on-line foram
criadas no Brasil no período que abrange março a julho de 2020. Dos novos
vendedores, 80% deles optaram por realizar as vendas dentro de grandes players
do varejo on-line, como Submarino, Mercado Livre e Magazine Luiza. É uma jogada
natural para os proprietários de lojas de diversidades e conveniência,
sobretudo quando levamos em conta que os marketplaces já representam 78% do
total do e-commerce brasileiro, segundo a Ebit/Nielsen.
Em outros segmentos, como o
de alimentos, fora o movimento natural de se associar a uma grande marca
on-line do setor, como iFood, Uber Eats e Rappi, pode-se observar que muitos
dos proprietários optaram por soluções mais "autônomas", como
delivery próprio, vendas e encomendas pelo WhatsApp. O setor se aproveita do
fato de que a ferramenta de bate-papo on-line, aliás, está muito em evidência
entre os brasileiros: 83% dos consumidores utilizam a ferramenta de comunicação
para comprar produtos e serviços, segundo pesquisa realizada pela consultoria
Accenture.
Seja via marketplace ou com
recursos próprios, é imprescindível que o pequeno varejista tenha ciência de
que hoje não existe mais a separação da venda on-line ou física. Tudo é venda,
e as barreiras estão sendo rompidas entre esses dois universos.
Isso posto, não é nenhum
absurdo que um pequeno varejista enxergue mais além e resolva aproveitar o
potencial do quarto país com mais usuários de internet do mundo e opte por
investir em seu próprio e-commerce. Para isso é fundamental definir a
plataforma, as integrações, pensar nos parceiros, e claro, na jornada de
experiência do usuário e do consumidor. Vale lembrar que o processo de venda no
e-commerce é sempre o mesmo: o que muda é a forma como o usuário usará a sua
plataforma e como será a experiência dele do início ao fim da compra, afinal
não importa o tamanho: toda empresa sabe que agradar o cliente é fundamental.
Com esse cenário, o pequeno
varejista que se prepara adequadamente terá um trunfo espetacular em mãos, já
que o boom causado pela pandemia mostrou que mesmo empresas já experientes no
on-line sofreram para se adaptar à alta nas demandas: o Procon de São Paulo registrou,
somente entre os meses de abril e maio, um aumento de 41% nas queixas
relacionadas aos atendimentos em compras pela internet. Por isso, caso você
queira mover seu negócio para o mundo virtual, estude: seu público, seu
potencial de atender às demandas, sua mão-de-obra, sua expertise, etc. Essa é a
chave para o sucesso da transformação digital do seu negócio.
*Erick
Melo éCCO da WEBJUMP.