Inovação em embalagens e automação podem reduzir o desperdício de alimentos no food service
*PorMariano Iocco, diretor de Marketing
para América Latina da SEE
Transformação
digital, automação e experiência do cliente são tendências fortíssimas para o
crescimento do food service nos próximos anos. O setor vem retomando suas
operações após o período de pandemia e tem uma expectativa de crescimento de
7,5% neste ano, segundo a empresa 6place. Para atingir tal crescimento, a
inovação é um fator fundamental, seja para garantir diferenciação diante do
mercado ou para ter mais eficiência no processamento culinário.
Não
é novidade que um dos maiores entraves enfrentados pelo food service se
relaciona com o desperdício de alimentos. De acordo com o do World Resourses
Institute (WRI) Brasil, 41 mil toneladas de alimentos são desperdiçadas por ano
no Brasil, e desse montante, 15% ocorrem em restaurantes. Algo em torno de 6
mil toneladas. É uma triste realidade e que acontece em todo o mundo. No caso
de operações de fast food, a taxa de desperdício global chega a 9,55%.
Além
de ser um problema social, considerando que no mundo cerca de 735 milhões de
pessoas passam fome, o desperdício de alimentos representa igualmente um
desafio econômico e também uma responsabilidade social. Os principais fatores que
contribuem para o desperdício são:
1.
Prazo de validade durante armazenamento
2.
Processamento culinário
3.
Distribuição para o cliente
Hoje,
vou focar nas oportunidades que podem ser exploradas nos dois primeiros pontos.
Quando se trata do armazenamento de ingredientes, é recomendável escolher
embalagens que proporcionem uma maior vida útil ou um prazo de validade
adequado para a finalidade. Além disso, as embalagens oferecem outras
vantagens, como inovações no quesito do porcionamento. Esse sistema foi
desenvolvido com o intuito de minimizar o desperdício e proporcionar
conveniência no consumo, seja em ambiente doméstico ou no setor de food
service. Um exemplo notável é a disponibilidade de cortes de carne já
devidamente porcionados e embalados, diretamente dos frigoríficos.
Já
em relação ao processamento culinário, a tecnologia e automação podem trazer a
precisão necessária para uma operação eficiente e sustentável, sem perdas e com
alto aproveitamento. E não é necessariamente com soluções de alto investimento,
mas sistemas simples que podem trazer padronização e elevar a qualidade dos
processos, sem desperdício.
Como
um exemplo, temos os equipamentos aplicadores de molhos para o fast food. Seu
funcionamento permite que apenas a quantidade determinada para aquele prato
seja dispensada, evitando excessos que serão desperdiçados. Além disso, vale
destacar que no caso de molhos e condimentos, quando estes são dispostos em
sacos/filmes, garantem maior aproveitamento comparado com os canister, chegando
até a 98% de rendimento.
Ao
direcionarmos a atenção para o aprimoramento do sistema de embalagens dos
ingredientes e a implementação de sistemas automatizados, é possível assegurar
economias significativas para o negócio. Isso se torna especialmente relevante,
uma vez que os gastos com ingredientes destinados à preparação das refeições
correspondem à segunda maior despesa gerada por restaurantes, ficando atrás
apenas dos custos com a folha de pagamento dos funcionários.