O mês de setembro registrou recuo de -5,1% em unidades e -5,7% em faturamento no varejo alimentar, em comparação a agosto deste ano. Estes números fazem do período o segundo pior de 2024, ficando atrás apenas de abril, que sofreu com o efeito calendário da Páscoa.

Os padrões de consumo no varejo alimentar estão passando por transformações significativas. Agora, os consumidores têm ido mais vezes às lojas, como supermercados e atacarejos, e estão optando por compras menores. É o que mostra uma pesquisa feita pela Scanntech, empresa de inteligência para o setor de varejo. O levantamento ainda revela que o consumidor também está mais condicionado a realizar compras por impulso - até R$ 100 -, que correspondem a 65,4% em 2023, seguidas dos gastos para reposição - compras de R$ 101 até R$ 500 -, com 30,4%.

O setor de varejo alimentar fechou o mês de dezembro de 2023 registrando um aumento de 2% nas vendas unitárias, em comparação com o mês anterior. Ao analisar os canais de venda, o atacarejo superou os supermercados no ano, com crescimento de 7,8% do faturamento contra 6,5%. No quesito preço, o desempenho do atacarejo regional teve um incremento de 3,5%, enquanto os supermercados registraram 5,2%. Esses são dados da Scanntech, empresa de inteligência de dados para o varejo. O levantamento ainda revelou que, no contexto anual, o faturamento do canal alimentar foi 6,6% superior a 2022.

O preço do panetone aumentou 29,3% por quilo em 2023, enquanto o valor por unidade teve alta de 3,3%. A inflação foi registrada em todas as regiões brasileiras, com destaque para o Sudeste, onde o valor subiu 36,3% em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, e 28,8% em São Paulo. As informações, obtidas com exclusividade pelo Jornal Giro News, foram levantadas pela Scanntech, empresa de inteligência de dados para o varejo. A escalada de preços fez a indústria investir em embalagens menores e os supermercadistas ampliarem suas apostas em panetones de marca própria, buscando viabilizar as vendas sazonais.

Em 2023, o segmento de bebidas se destacou no varejo alimentar, com crescimento de 11,3% em faturamento, liderando os avanços entre os supermercados e atacarejos. Segundo dados da Scanntech, essa tendência foi seguida por aumentos em outros setores como perfumaria, com 11,2%, produtos de limpeza, com 10,5%, mercearia, com 9,9%, e produtos perecíveis, com 9,2%. Além disso, as bebidas não alcoólicas ganharam força, subindo a sua participação de mercado de 44,2% para 45,8%. Sucos, energéticos, isotônicos e água de coco foram os destaques. Para a Scanntech, o avanço da categoria está parcialmente ligado à onda de calor que afetou o Brasil em 2023.

Supermercados de todo o país registraram crescimento médio de 18,9% nas vendas de alguns produtos que compõem a chamada "cesta do verão", como gelo, cerveja, bronzeador, sorvete, isotônico, desodorante, suco pronto, gelatina, açaí e água de coco. Segundo dados da Scanntech, em São Paulo, o faturamento do setor registrou aumento de 19,15% no final de semana dos dias 11 e 12 de novembro. "Os produtos na 'cesta de verão' devem continuar subindo até abril de 2024", afirma Priscila Ariani, diretora de marketing da Scanntech. No interior do estado de São Paulo, a procura por esses itens foi maior que na capital paulista.