Um 2024 mais otimista? Oportunidades para o setor de Distribuição seguir crescendo
* PorElói Assis,
diretor-executivo de produtos de Distribuição da TOTVS
O setor Atacadista
Distribuidor iniciou o segundo semestre de 2023 com ótimos resultados e gerando
uma perspectiva de crescimento contínuo para o próximo ano. Segundo dados do
Termômetro ABAD NielsenIQ, o acumulado do volume de vendas dos sete primeiros meses
do ano cresceu 17% em relação ao mesmo período de 2022. No cenário
macroeconômico, observamos também que a confiança do consumidor atingiu 92,3
pontos.
Com base nesse cenário,
podemos nos manter otimistas para 2024? Uma visão positiva sempre ajuda, no
entanto, acredito que existem pontos de atenção e tendências que devem orientar
o planejamento dos distribuidores para o próximo ano, em busca de alcançar
resultados ainda melhores e aproveitarem as oportunidades de negócios - que, eu
garanto, existem!
1 -Investir
em novos territórios digitais
O modelo de comercialização
dos distribuidores é B2B, sendo a maioria realizada por meio do trabalho de
vendedores, que visitam compradores de diferentes localidades, fazem o
relacionamento e têm a tarefa de tirar os pedidos. Por isso, a atuação dos distribuidores
acontece em uma zona de atuação restrita ao trabalho desses vendedores e,
também, dos centros de distribuição.
Com a entrada dos
distribuidores em canais digitais, sejam estes próprios ou em marketplaces, há
o surgimento de novos territórios digitais. Ou seja, esse distribuidor
começa a explorar outras localidades, passa a ter uma frequência maior de
pedidos e, também, a abrir novas oportunidades de negócios, tudo de forma
remota.
2 -Distribuição inteligente
Agora, para 2024, vamos
observar algumas tendências estratégicas, como o estoque em malha. O
investimento em centros de distribuição posicionados estrategicamente reduz o
tempo de transporte e, consequentemente, melhoram a experiência do consumidor.
Outro ponto é a colaboração
em prol do negócio e do meio ambiente. Um exemplo de ação simples e possível
que faz a diferença é a otimização de rotas e compartilhamento de cargas,
o que diminui a circulação dos caminhões e, consequentemente, reduz a pegada de
carbono das empresas. Cabe a cada companhia observar o seu negócio em
específico e qual o impacto positivo que pode causar, enxergando que a
oportunidade existe e deve ser feita, em alinhamento genuíno com o negócio. Não
fazer por fazer.
Além disso, soluções de
forecast de compras e de recomendações de pedidos para os vendedores trazem
a IA para dentro do distribuidor, ajudando-o a fazer compras mais assertivas,
reduzindo o comprometimento de caixa, e tickets médios maiores, aumentando as
vendas.
3 - Rastreabilidade
Temos consumidores cada vez
mais exigentes e com altas expectativas, tendo como fator de decisão para uma
compra o tempo de frete - seja no âmbito B2C ou B2B, afinal as empresas também
exigem entregas mais rápidas. Nesse ponto, devemos observar o setor de
Distribuição investindo mais em tecnologias para a rastreabilidade das
cargas e de toda a cadeia de suprimentos.
Alguns exemplos de
tecnologias que apoiam essa frente são: blockchain, que permite transações e o
registro de informações criptografadas; sistemas de TMS, que fazem o processo
de gestão fiscal até a operacionalização, com total controle da movimentação de
cargas; além de outras já conhecidas do mercado como GPS e radiofrequência.
4 -Investimento em nuvem e cibersegurança
Muitos distribuidores se
digitalizaram nos últimos anos e investiram em infraestrutura adquirindo
servidores próprios. No entanto, esse tipo de estrutura demanda muito
investimento e uma atualização constante, além de uma equipe capacitada para
operar e recuperar o sistema em casos de necessidade.
Para o próximo ano, acredito
que haverá uma forte tendência de os distribuidores investirem na migração
dos sistemas para a nuvem. É um recurso muito mais seguro, uma vez que há
uma equipe de profissionais de TI dedicados à manutenção e a atualização dos
servidores em nuvem; assim como um investimento mais previsível em relação a
custos, com a renovação por meio de assinaturas. Inclusive, uma pesquisa da
Harvard Business Review apurou que as empresas pretendem transferir cerca de
60% da sua TI para a nuvem até 2025.
A cibersegurança é um
outro ponto fundamental de atenção atualmente, e que deve acelerar a migração
para nuvem, pois observamos pessoas mal-intencionadas aprimorando suas ações e
orquestrando sequestros de dados. Uma empresa não pode correr o risco de ter
sua operação invadida e ficar fora do ar em decorrência de um ataque, que
poderia ser impedido com sistemas de segurança dedicados, ou mesmo, ter seus
dados sequestrados ou vazados. O jogo de segurança exige estar sempre à frente
dos cibercriminosos. Em ambiente de nuvem, o provedor normalmente já investe e
cuida desses problemas para o distribuidor.
5-Mais agilidade e segurança com o PIX
Um dos desafios do dia a dia
do distribuidor é vender para um novo cliente, que não está na sua carteira
habitual. Esse processo exige tempo para análises de crédito ou até mesmo o
envolvimento do departamento financeiro para aplicação de processos inseguros
de depósitos antecipados. Isso pode causar problemas na gestão do estoque, com
carga parada e congestionamento do estoque até que o boleto seja pago e
compensado. Agora, com o PIX, o distribuidor tem maior segurança e
rapidez na operação, recebendo a confirmação e o dinheiro no ato, sem
necessidade de análise de crédito gerando mais confiança para vender, por
exemplo. Isso destrava o estoque e gera mais negócios.
O setor de Distribuição em
2024 será caracterizado por uma abordagem tecnologicamente mais avançada, com
inovações e práticas que melhor posicionem os negócios e atendam as
necessidades de mercado. É preciso estar atento e aberto para enxergar as
oportunidades em cada processo, entendendo a maturidade do negócio e o quanto
ele pode evoluir.