Por Que Incluir Tecnologias Acessíveis na Estratégia de Vendas Está Revolucionando o Varejo
*Por Denis
Osório
O investimento em tecnologia é importante em qualquer setor
econômico, mas o último ano revelou que a inovação é imprescindível para a
sobrevivência de um negócio. O varejo, em especial, foi um dos setores mais
afetados, dada a necessidade de isolamento social em decorrência da pandemia de
COVID-19 que perdura até o momento. Os pequenos empreendedores que ainda não
haviam integrado suas operações ao digital acabaram sendo impactados de forma
negativa e a maioria precisou se adaptar às pressas para atender a demanda de
clientes que só puderam comprar online.
Para quem ainda não incluiu nos planos de 2021 adotar uma
estratégia eficaz de digitalização e otimização de processos com uso de
tecnologia, ainda há tempo para isso. Aos lojistas que atuam somente no
ambiente físico e até então não aderiram ao e-commerce e a digitalização para
integrar os dois ambientes, é imperativo que busquem soluções para, o quanto
antes, fazer parte deste ecossistema. De acordo com projeção da Ebit | Nielsen,
o e-commerce brasileiro terá um crescimento de 26% e as transações deste setor
poderão faturar R$ 110 bilhões em 2021.
Depois de compreender o tamanho da necessidade de criação de um
e-commerce, é preciso lembrar também que o varejo físico não vai acabar e por
isso não deve ser deixado de lado na hora de considerar os planos de
implementação tecnológica. Para isso, podem ser destacados alguns pontos
essenciais na hora de se pensar em ferramentas tecnológicas para o setor:
Plataforma de e-commerce
O ponto de partida para quem deseja digitalizar seus processos de
venda é escolher primeiro uma boa plataforma de e-commerce. Ao escolher uma
empresa especializada nisso, o empreendedor terá mais liberdade e tempo para se
dedicar a outras áreas do negócio, contando com o suporte necessário para
auxiliar na criação da loja virtual. Depois de escolher a plataforma ideal, o
varejista poderá pensar em todas as ferramentas e integrações necessárias para
gerir o negócio virtual.
Meios de pagamento
Oferecer as melhores ferramentas que facilitam o pagamento dos
clientes é essencial, uma vez que os processos são cada vez mais digitais e ter
apenas uma maquininha de cartão já não é mais suficiente. Para o comércio
eletrônico, é preciso identificar plataformas integradas que consigam atender
todas as demandas do lojista de acordo com o modelo específico de atuação da
empresa e a fase do negócio. A chegada do PIX é um exemplo de como o sistema
financeiro de pagamentos tem avançado e como as pessoas demandam por processos
mais rápidos e simples.
Gestão de estoque e pedidos
O controle de estoque e de pedidos é um ponto importante que o
varejista precisa se atentar. Ter um sistema de gerenciamento é crucial para
facilitar o dia a dia do negócio. A tecnologia entra neste caso quando se tem
uma plataforma automatizada que controla pedidos, estoque e status da venda de
forma simples, economizando tempo do lojista. Aqui é essencial ter um sistema
ERP (Enterprise Resource Planning) ou Planejamento dos Recursos da Empresa que
auxilia na automação de processos manuais, além de garantir o armazenamento das
informações.
A gestão de entrega também precisa de atenção no caso dos
e-commerces. Quem compra online, deseja ter controle da entrega de seu pedido
e, mais do que tudo, não quer esperar muito para receber seu produto. Com
inovação, este processo pode ser otimizado com um sistema de logística
transparente conectado com transportadoras e empresas de entrega.
Relacionamento e canais de
venda direta
Outro exemplo de como a tecnologia pode atuar é com a gestão de
relacionamento. Para oferecer uma boa experiência de compra, a comunicação com
o cliente é primordial. Com a utilização de canais digitais, é mais fácil se
aproximar do consumidor, estabelecer uma fidelização e também desenvolver a
base de leads. Canais como WhatsApp, e-mail e SMS funcionam muito bem se forem
integrados à plataforma de e-commerce que oferece automação de comunicação
seguindo as fases da jornada do cliente.
Multicanalidade
A estratégia omnichannel permeia todos os pontos citados acima. Um
estudo encomendado pela Social Miner e Opinion Box revela que 31% dos
consumidores querem comprar online um produto e retirar na loja física em 2021.
E 64% dos que compraram online em 2020 anseiam continuar com o hábito neste
ano.
A prática de consumir no e-commerce e retirar no varejo físico faz
parte do processo multicanal (omnichannel). Este movimento já era
esperado, mas a pandemia contribuiu para que a experiência omnichannel fosse
acelerada. Por isso, já podemos observar empresas do setor que olham para esse
novo varejo e investem no desenvolvimento de recursos para atender o
varejo de forma completa, explorando a interdependência do físico e do digital
a favor das marcas.
O objetivo da multicanalidade é colaborar para a jornada do
consumidor e trazer a melhor experiência de compra, seja digital ou física. Mas
no caso do varejo físico ela é fundamental, uma vez que o cliente não precisa
mais sair de casa para comprar. Porém, se o lojista está preparado, ele vai
criar artifícios que atraiam a atenção do comprador ao ponto físico.
Integração de marketplaces
Marketplaces são bons canais para vendedores diretos e agora podem
ser grandes aliados das lojas virtuais. Se forem integrados com o e-commerce de
forma assertiva, eles somam nas estratégias de alavancagem de vendas. Integrar
a loja virtual a um marketplace também é uma forma de economizar
investimentos de marketing, já que estes canais conseguem um bom alcance.
Mesmo com o afrouxamento da quarentena em alguns locais do país e
com a chegada da vacina, que traz esperança para recuperação econômica, a crise
causada pela pandemia nos ensinou uma boa lição sobre a necessidade de
implementação de tecnologias no varejo, que sejam acessíveis e que contribuam
para uma experiência de consumo de qualidade, sem que isso precise ser
complexo. A inovação tecnológica e digitalização de processos tem se tornado
cada vez mais presentes e serão essenciais às lojas que desejam se destacar no
mercado.
*Denis Osório é sócio-fundador da
Vnda, plataforma de varejo.