Inteligência de Dados e Marketing Andam de Mãos Dadas no Cenário de Transformação Digital
*Por Bruno Rezende
Um bom trabalho de marketing é aquele que faz parecer simples algo
que é extremamente complexo: aproximar a marca de seu público. Campanhas
inteligentes e bem planejadas têm a capacidade de estreitar o relacionamento
com os clientes, alinhando a comunicação aos desejos das pessoas. Alcançar esse
status requer muita preparação e, principalmente, análise acurada dos mais diferentes
tipos de dados. Sem esses insights, é inviável imaginar qualquer tipo de
iniciativa bem-sucedida na área. Em suma: a inteligência de dados e o marketing
precisam estar lado a lado para que a empresa possa alcançar o resultado
esperado em seu planejamento.
Ter dados relevantes em mãos pode potencializar qualquer tipo de
negócio. A pesquisa Evolution Report Latam, conduzida pela MIT
Technology Review em 2019, já mostrava que nove em cada dez líderes de
organizações latino-americanos concordavam que as informações melhoram as
decisões de negócios e que a coleta adequada deve fazer parte do crescimento da
empresa.
Coletar, tratar e cruzar os mais diferentes tipos de dados não
chega a ser uma tarefa nova para a maioria das corporações, evidentemente. É
comum que as empresas utilizem informações, em partes ou em sua totalidade,
para embasar algumas decisões. A questão é que o volume de dados disponível
cresceu exponencialmente, o que obriga novas abordagens e formas de lidar com
essa informação disponível. Nas campanhas de marketing, não basta pegar as
informações superficiais sobre o público consumidor e acreditar que está tudo
bem. É necessário que a área tenha uma cultura data driven, isto é,
busque as melhores informações para complementar seu trabalho e ter mais
precisão nas campanhas.
Até porque aquela imagem do marketing como uma área exclusivamente
criativa não existe há algum tempo. Os profissionais da área dependem da
inteligência dos dados para ter uma visão mais completa de seus afazeres e
objetivos. Se um empreendedor não pode administrar sua empresa na base do
achismo, o responsável pelas campanhas de relacionamento e engajamento também
não pode embasar suas escolhas naquilo que ele imagina que as pessoas gostam.
Ainda que lide com narrativas, subjetividade e desejos, iniciativas de
marketing precisam combinar informações para saber o que, de fato, cada
consumidor espera da marca.
Mas como isso é possível? O passo mais importante é contar com as
ferramentas adequadas para isso. Atualmente, a inteligência de dados precisa
incorporar elementos da inteligência artificial. Quando utilizadas de
forma adequada, essas tecnologias abrem um novo mundo de oportunidades, uma vez
que são capazes de apresentar diferentes informações e criar modelos que
alavancam os resultados da área do marketing. Se o objetivo é saber o
desempenho econômico de uma determinada região, basta fazer análises de
geolocalização. Informações setoriais podem ser cruzadas com informações
demográficas, sociais, entre outras -- e tudo graças à automatização possível
com IA.
Os dados não foram chamados de "novo petróleo" à toa. Eles são os
principais ativos de uma empresa atualmente porque é a partir deles que todos
os processos e iniciativas surgem e se desdobram. A presença deles na estrutura
de um negócio se espalhou de tal forma que, hoje, nenhuma área consegue
sobreviver por muito tempo sem a análise acurada das informações. Isso vale
para gestão, finanças, operações e, claro, marketing. Em um cenário de constante
mudança, ter mais inteligência de dados nas decisões de marketing é meio
caminho andado para entregar aquilo que as pessoas querem, esperam e desejam.
*Bruno
Rezende é CEO da 4intelligence