Impactos da Retomada da Economia para o E-commerce
*Por
Thiago Mazeto
O comércio
eletrônico cresceu vertiginosamente no Brasil de 2020 para cá, impulsionado,
infelizmente, pelas medidas de isolamento social que ocorreram após a chegada
do COVID. No primeiro semestre do ano, apesar da gradativa reabertura do
comércio físico, o e-commerce bateu recorde de vendas, com mais de R$ 53 bilhões transacionados, um aumento de 31% se comparado ao
mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da Ebit | Nielsen. Mas qual
será o impacto da retomada da economia neste novo mercado em expansão?
É difícil fazer
afirmações neste sentido, mas vejo algumas tendências. Provavelmente a
reabertura do comércio vá afetar o e-commerce. É mais um canal de vendas, este
mais tradicional e dominante na vida dos brasileiros, que volta à cena. Mas,
apesar dessa nova - "velha" - forma de varejo voltando, os números não indicam
um arrefecimento do comércio digital. Dados da recente Black Friday comprovam
isso: apenas no dia 26 de novembro houve mais de R$ 4 bilhões de faturamento no e-commerce -- um aumento de 4,5% em
relação ao ano passado, de acordo com relatório produzido pelas unidades de
negócios do Grupo Locaweb All iN | Social Miner, Vindi, Delivery Direto e
Octadesk, em parceria com a Bornlogic e Neotrust.
Isto porque o
comércio eletrônico, apesar do recente crescimento em nosso país, ainda é
incipiente se comparado a outras potências mundiais. A China, por exemplo, foi
o primeiro país em que o e-commerce superou o varejo físico. Este mercado no
Brasil foi apenas acelerado nestes dois últimos anos, estando longe de chegar a
uma saturação, com um longo caminho a percorrer. A penetração dele ainda é
desigual no país, chegando mais na região sul e sudeste e ainda com um
potencial enorme de desenvolvimento nas outras regiões.
Muitas pessoas
foram apresentadas ao e-commerce recentemente e, quem aprende a comprar do
conforto de casa, pesquisando preços em diversos estabelecimentos com poucos
cliques, podendo consultar histórico e ativar lembretes quando o preço baixar,
dificilmente voltará a comprar apenas no varejo físico. O digital cria uma nova
experiência de compra, que não é oposta ao tradicional, mas sim complementar.
Os lojistas, dos pequenos aos grandes, devem estruturar uma experiência coesa
entre estes ambientes para oferecer o melhor destes dois mundos aos seus
consumidores.
*Thiago
Mazeto é Diretor Comercial e Sucesso do Cliente da Tray.