A Nova Prioridade do Varejo em 2021
*Por Ivan Preti
Não crie produtos que seus clientes não precisam. Este é um dos
princípios básicos que determinam o sucesso de uma empresa
varejista. Muito além da questão mercadológica, é um princípio
que coloca o cliente no centro das estratégias.
A indústria
varejista passou por uma abrupta mudança no ano passado, como
consequência da pandemia da Covid-19. Nesse período, 84% dos
varejistas implementaram novas ferramentas e processos, ao mesmo
tempo em que vivenciavam um crescimento de 38% na interação com o
cliente - o mais alto de todos os setores, de acordo com o relatório
Zendesk CX Trends 2021, que analisa as principais tendências e
percepções do mercado de experiência do cliente. Em momentos como
este de alta volatilidade e acelerada disrupção, adotar um modelo
de negócio que simplifica a experiência do cliente é a melhor
forma de resistir à tempestade e, acima de tudo, fidelizar clientes.
Os varejistas, que
antes se encontravam no processo de transição de suas operações
para o digital, agora enfrentam uma maior urgência para acelerar
esse processo. Com isso, a experiência do cliente cresceu no
ambiente online e mesmo com a queda das interações presenciais, a
necessidade por relacionamentos significativos entre as marcas e seus
clientes aumentou. A mesma pesquisa mostrou que 69% dos varejistas se
importam mais com a experiência do cliente do que há um ano e que a
maioria está trabalhando para acompanhar o ritmo, com 74% relatando
que estão em busca de novas formas de engajar com seus clientes.
Empresas de todos os tipos devem se preocupar em colocar as
necessidades de seus clientes em primeiro lugar, antecipando o que
eles precisam e desejam - e não o contrário.
A C&A, por
exemplo, usou a omnicanalidade entre as estratégias de aproximação
com o cliente, ou seja, mesclou a experiência digital com a
presencial. Quando a pandemia impôs o fechamento de todas as lojas
físicas, a companhia estava com a sua operação online preparada
para suportar um volume de transações que migrou em grande escala
para o digital. Para integrar isso com as lojas físicas, ela
implementou o "drive-thru", que permitiu que os clientes
comprassem online e pudessem retirar os produtos nas lojas físicas,
entregando a eles a opção de preferência. Inclusive, dados mostram
que os varejistas com clientes mais felizes têm 2,3 vezes mais
chance de ter investido em omnicanalidade.
Outro exemplo
dessa transição foi com a Liv Up. Para acompanhar o crescimento da
demanda na pandemia, a foodtech integrou todas as suas frentes de
atendimento e passou a responder ao cliente no canal de preferência
dele, sem perder o histórico da conversa. Isso reduziu em 43% o
tempo de resposta e gerou um nível de satisfação de 88% no
atendimento. A startup também implantou uma central de ajuda com
perguntas frequentes (FAQ) para que os consumidores pudessem optar
pelo autoatendimento e resolver mais rápido suas dúvidas.
Dessa forma, a simplicidade surgiu como uma forma de sucesso na busca de experiências inesquecíveis e pedidas pelos clientes. Os varejistas precisam refletir sobre a satisfação de proporcionar uma experiência de compra que foi criada pensando nas necessidades e nos desejos dos clientes desde o primeiro contato. As empresas podem ser facilmente comparadas a outras de um segmento ou tamanho diferente e especialmente neste momento economicamente delicado que vivemos, em que os consumidores estão mais cuidadosos do que nunca com os seus gastos. É preciso garantir que as promessas de produto e experiência sejam cumpridas. Sem dúvida, isto trará uma vantagem tanto para o cliente quanto para o varejista.
*Ivan Preti é Principal Technical Account Manager da Zendesk.
30/04/2021