O Consumidor Mudou; Como Isso Influencia o Varejo Físico?
*PorRicardo Fiovaranti
Não
faltam dados, pesquisas e estudos que comprovam a mudança de hábitos do
consumidor brasileiro ao longo do tempo. Era uma situação já percebida em
muitos setores, mas que se acentuou com a chegada do novo coronavírus. Com
tantas mudanças evidentes, a questão mais importante agora não é saber as
principais transformações ocorridas nas pessoas, mas como as empresas estão se
readequando a elas. Ainda que esteja evidente essa nova realidade no mundo dos
negócios, poucos varejistas conseguiram assimilar essas tendências em suas
rotinas. O primeiro passo para isso é entender os impactos mais importantes no
setor. Confira:
1 - Aposta em canais digitais
A
digitalização do varejo físico não chega a ser novidade - era algo em curso há
alguns anos. Contudo, a pandemia de covid-19 acelerou o processo de tal forma
que, atualmente, é praticamente inviável não disponibilizar algum canal digital
para vendas e relacionamento com os consumidores. Não se trata apenas de montar
uma loja virtual ou vender por WhatsApp, mas também ter uma estrutura orientada
às soluções digitais, automatizando processos e possibilitando novos recursos
no dia a dia.
2 - Análise contínua de dados
A
transformação digital do varejo também acabou com o "achismo" na tomada de
decisão de qualquer negócio. Até pouco tempo atrás, era comum encontrar
empreendedores que respaldavam suas estratégias apenas de acordo com suas
ideias, crenças e experiência de vida. Não são apenas os hábitos dos
consumidores que mudaram, mas a própria forma de fazer negócio. Assim, é
fundamental que o profissional tenha à disposição diversos relatórios com dados
e insights relevantes
ao negócio, decidindo o que é melhor para o crescimento da empresa em cima de
um cenário real e palpável.
3 - Elaboração de indicadores do estabelecimento
Essa
tarefa de analisar dados e de extrair insights
também exige preparação. As informações são importantes para a gestão de
qualquer organização, sem dúvida, mas elas sozinhas dizem pouco. Para obter
inteligência, é necessário criar indicadores próprios para o estabelecimento a
partir dos dados coletados. É possível conferir o desempenho de campanhas de
marketing, a eficácia das vitrines e a tão sonhada taxa de conversão. Basta
processar e cruzar todas as informações com o apoio de soluções tecnológicas
próprias.
4 - Compreensão da experiência do consumidor
Tática
comum no comércio eletrônico, a compreensão da jornada e da experiência do
consumidor também se tornou uma necessidade estratégica a partir da pandemia de
covid-19. Com restrições para aglomeração e o próprio receio com a doença, as
pessoas esperam que as marcas possam oferecer aquilo que elas buscam e desejam.
A partir da análise de atratividade das vitrines e do próprio caminho que os
clientes fazem no estabelecimento, é possível elencar pontos interessantes
sobre as preferências do público.
5 - Performance da equipe e da própria loja
Por
fim, com dados em mãos, análises detalhadas e apoio de soluções tecnológicas, o
gestor tem a obrigação de conferir o desempenho da sua equipe de colaboradores
e também do próprio estabelecimento. Relatórios com fila do caixa, fluxo de
passantes e entrantes e mapas de calor indicam pontos de melhoria a serem
feitos na loja e servem de orientação para treinamentos e capacitação dos
profissionais. Afinal, a partir do momento que se preveem os horários de pico e
de maior movimentação, fica mais fácil orientar e coordenar a equipe de vendas
e de atendimento.
*Ricardo Fiovaranti é CEO da FX Data Intelligence