3 transformações digitais que o varejo passará ainda em 2022
*Por Marina Borges, diretora-geral de Mid,unidade
especializada em médias empresasda Falconi
De olho no fim do ano, é comum que empreendedores se perguntem se ainda vale a pena alterar a rota do planejamento inicial e buscar movimentos que possam trazer resultados melhores para os seus negócios. A resposta é simples: toda mudança positiva é bem-vinda, principalmente em um mercado tão ágil e em constante disrupção. A depender do setor, a urgência pela adoção da transformação digital e de ferramentas que possam ajudar negócios a mudar de patamar só se torna ainda maior.
É o caso do varejo, mercado que passou por mudanças extremas nos últimos anos se vê cada vez mais no centro de uma revolução tecnológica. Se palavras-chaves como metaverso, e realidade aumentada começaram a dominar a pauta das gigantes do setor, às médias empresas resta um olhar mais holístico -- e realista -- do que esperar para o futuro.
Enquanto as maiores empresas do varejo brasileiro, com capital para investir nessas inovações, é preciso que as médias, que somam mais de 120 mil empresas (de todos os setores) ao todo no país, se preparem em etapas anteriores. São tendências nos campos de gestão de estoque, automação de precificação, uso de inteligência artificial e até mesmo no desenvolvimento de novas soluções de logística. Ao todo, essas mudanças são capazes de ajudar esses empreendedores a escalar o seu negócio e acompanhar as mudanças do setor.
Soluções, ferramentas e produtos tecnológicos podem ajudar esses donos de negócio a otimizar seu trabalho no dia a dia com problemas específicos e complexos. Atendendo o médio empresário, fica claro que os desafios desses negócios são muito comuns. Entre os exemplos, estão as lideranças sobrecarregadas, a falta de estratégia na operação, a necessidade de profissionalização da companhia, a falta de clareza e ausência de indicadores e processos que não se aprimoram com o avanço dos resultados. Ou seja, uma falta de maturidade gerencial dos líderes e das equipes.
Para o cenário mudar, as médias empresas devem estar abertas a investir em tecnologia, adequando suas operações aos novos modelos de trabalho, cada vez mais automatizados e ágeis. Por exemplo, por meio de modelos analíticos de previsão, baseados no uso de inteligência artificial, é possível analisar pontos como demanda, distribuição e compras a partir da análise de dados. Outra situação é o monitoramento da performance de um grupo de produtos por meio de um algoritmo. Com a tecnologia, é possível fazer a análise de precificação de cada produto em um ponto de venda. Todas essas mudanças estão acessíveis e já podem ser praticadas agora pelo médio empresário.
Confira mais detalhes e outras tendências para varejistas adotarem ainda em 2022 a seguir:
Precificação automatizada
Há no mercado tecnologias disponíveis para quem busca melhorar duas práticas de precificação. Por meio do uso de inteligência artificial, é possível identificar oportunidades e problemas dentro dos pontos de venda, como por exemplo monitorar em tempo integral a performance de um grupo de produtos nas lojas. Para isso, sistemas usam algoritmos capazes de observar anomalias e gerar notificações em tempo real para o gestor daquele ponto. Na prática, isso gera uma precificação inteligente, que se alimenta de dados como margem de faturamento, índices de conversão, custos e despesas fixas. Essa é uma alternativa indicada normalmente para quem tem uma grande base de dados, caso das médias empresas.
Gestão de estoque
Fazer uma gestão automatizada de sortimentos é um dos caminhos para elevar o negócio de patamar. Por meio de soluções já presentes no mercado, é possível que médios varejistas usem modelos analíticos e algoritmos para a previsão de demanda, distribuição e compras. Dessa forma, o empresário consegue evitar a chamada ruptura de estoque, compreendendo a demanda de cada produto em cada ponto de venda de forma automatizada, com uso de inteligência artificial. A mesma tecnologia também pode identificar perdas e oportunidades a partir da análise desses dados, com o foco principal em diminuir os gastos com estoque e ampliar as vendas. A Mid pratica essa inovação por meio do Spot, uma ferramenta que utiliza IA para monitorar diariamente produtos e lojas em busca de oportunidades de reduções de rupturas e outras ineficiências, sugerindo ações simples, de forma rápida e automatizada. Em média, há um incremento de 4% nas vendas totais após a aplicação da solução.
Presença multicanal
O conceito omnichannel pode até ser considerado pouco inovador, visto que tem sido pauta entre os gigantes do mercado há alguns anos. Mas isso não quer dizer que a estratégia de vendas multicanal, que integra diversos canais em uma experiência unificada, não possa ser útil às médias empresas. No modelo, é possível alternar entre online e offline, mudando o perfil de consumo. Para às médias empresas, fica aqui a oportunidade de atender uma gama maior de clientes, aumentando a abrangência de interação entre marca e consumidor.