G10 Favelas insere varejo nas comunidades e atinge 1 milhão de entregas

O G10 Favelas, bloco de líderes e empreendedores de impacto social das favelas, comemora, no mês de julho, 1 milhão de pacotes entregues em sete favelas, o que equivale à uma carga de R$ 500 milhões. "Estamos fazendo ampliação para 50 novas favelas, para possibilitar que mais pessoas possam ter suas encomendas entregues na porta", afirma Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, em entrevista exclusiva ao Jornal Giro News. A organização conta com a parceria de mais de 50 empresas, entre elas Riachuelo, C&A, Magazine Luiza e Americanas. "Nós estamos atuando em 389 favelas em 16 estados, através de um modelo de organização chamado 'Presidentes de Rua', onde a cada 50 casas temos um morador voluntário ajudando a criar e desenvolver negócios", explica Gilson.

Varejo e Comunidades
Para o dirigente, a entrada do varejo nas comunidades foi um processo lento. "Já demorou para o varejo perceber que as favelas são potentes economicamente e que querem que o seu dinheiro valha tanto quanto o das pessoas que moram no bairro", explica Gilson. De acordo com o presidente, o potencial de consumo das favelas é "gigantesco": são 17 milhões de pessoas com um potencial de consumo de R$ 180 bilhões. "A gente não quer viver de cesta básica ou doação. A gente quer poder transformar nossa vida através do empreendedorismo", complementa. Para ele, o desafio não é do varejista, e sim da própria comunidade, que precisa ajudar esse varejista a criar um novo olhar sobre a favela, que está sempre sendo vista como violenta e marginalizada.

Próximos Planos
O G10 irá realizar, entre os dias 20 e 30 de julho, a semana das favelas em Nova York, visando levar suas iniciativas para o mundo. "Também faremos nosso encontro em setembro, com o Brasil inteiro, para discutir empreendedorismo de favela e novos negócios", acrescenta Gilson. A organização pretende continuar ampliando sua base e criando dados sobre esse comércio de logística, além do potencial de consumo nessa classe. Atualmente, a compra chega ao centro de distribuição do G10 e 350 moradores, nas sete favelas, fazem a entrega porta a porta. Uma das iniciativas da organização, a Favela Brasil Express, captou R$ 900 mil, que serão utilizados para ter novas bases. "Nosso plano é ampliar os CEPs desbloqueados e ter mais empresas conosco. Também estamos montando um marketplace próprio para os moradores poderem vender seus produtos de comércio local na internet, através de parcerias com grandes empresas do varejo", finaliza.

Texto: Larissa Varjão