O comércio eletrônico brasileiro apresentou, no mês de agosto, um desempenho mais baixo em termos de tráfego dos últimos três meses. Foram registradas 2,4 bilhões de visitas únicas nas plataformas do país, o que corresponde à retração de 5,2% em relação ao mês anterior - julho teve o segundo melhor desempenho de 2023, atrás apenas de janeiro. Esses são dados do Relatório Setores do E-Commerce, da Conversion. Segundo o levantamento, a queda se explica pela retração de alguns pilares do tráfego, como o acesso via navegadores web, que caiu 6% em agosto na comparação com o mês anterior.

A desaceleração nos preços de alguns alimentos contribuiu para a manutenção do Consumo no Lares em julho. O indicador encerrou o mês em alta de 7,75%, ante junho. No ano, o consumo nos lares acumula alta de 2,57%. Na comparação com junho de 2021, a alta é de 8,02%, de acordo com estudos da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O resultado contempla os formatos de supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado, atacarejo e e-commerce. Além da desaceleração nos preços, julho teve cinco finais de semana.

O mercado de ar-condicionado deve encerrar o ano com recuo de 19% no faturamento, após avançar 21% no ano passado. No entanto, o recuo era esperado, uma vez que as vendas ficaram acima da média em 2014. As altas temperaturas no verão são a aposta da indústria para tentar reverter o quadro de desaceleração. "As pessoas acabam deixando de comprar algo e adquirem o ar-condicionado, mas o cenário econômico afeta sim a compra por impulso", afirma Wadi Neaime, presidente da Abrava, associação do setor. A demanda dos clientes corporativos é um dos fatores que podem ajudar a compensar a retração das encomendas para o varejo doméstico este ano. (DCI)