2020 Faz Supermercadistas Despertarem para a Necessidade da Digitalização
A Crise Ensina



Texto: Bruna Soares
Hoje (12 de novembro), é
comemorado o Dia Nacional do Supermercado. Em um ano marcado pela crise do
Coronavírus, o setor teve que se adaptar continuamente, tanto aos protocolos de
segurança, quanto às mudanças nos hábitos dos consumidores. Apesar do cenário,
há motivos - além da data - para comemoração, segundo Fábio Queiróz, presidente
da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj). "O setor
supermercadista brasileiro está caminhando bem em termos de tecnologia, mas ainda
tem muito a percorrer comparado a grandes redes de varejo do exterior. Apesar
disso, é evidente que nos últimos cinco anos grandes avanços foram
conquistados. No futuro, a velocidade e segurança serão importantes, exigindo
que as lojas físicas se integrem ao mundo digital", revela Queiróz, em
entrevista exclusiva ao Jornal Giro News.
Tecnologia Veio para Ficar
Nos últimos meses, novas
formas de compra despontaram e devem permanecer para além da quarentena.
"Tecnologias como carteiras digitais, delivery, e-commerce e, agora, Pix já
estavam chegando nos supermercados do Brasil, mas a pandemia acelerou esse
processo, e uma vez que o consumidor experimentou essa comodidade, não irá
voltar para o estágio anterior. Aos poucos, a vida está voltando ao normal e a
tendência é que o consumo também volte, mas não a forma de consumir, isso com
certeza mudará para sempre", analisa. Para o presidente, 2020 está sendo "um
período de muito aprendizado e que deixa um grande legado para o varejo, em
especial o supermercadista". Queiróz ressalta que as mudanças que vieram para
ficar são a priorização dos clientes por lugares mais higienizados e o
investimento do setor em canais de delivery e e-commerce.
Fim de Ano Aquece o Setor
No início da quarentena, a
Asserj registrou aumento de 20,55% nas vendas. Depois, houve queda nos três
meses seguidos e uma estabilização do setor. Na comparação com o mesmo período
do ano passado, as vendas tiveram crescimento de mais de 11%. Já no acumulado
de abril a agosto, a alta média foi de 2,88% e a expectativa é que as festas de
fim de ano impulsionem os resultados. "As vendas do setor no Rio neste Natal
devem subir 5%. Será o Natal das aves, dos vinhos e espumantes nacionais, da
diversidade de pratos, mas em porções menores. Será uma ceia diferente, porque
as famílias vão usar o alimento para compensar o ano difícil. Vão reduzir
quantidades para não abrirem mão do que desejam. Com o dólar alto, produtos
nacionais e de mercados mais próximos ganham protagonismo. Vai ter menos vinho
da Europa e mais do Brasil e da América do Sul", conclui o presidente.