Brasil se Torna Hub de Soluções Financeiras Disruptivas
O Boom das Fintechs
Texto: Júlia Pestana
"As empresas estão, cada
vez mais, querendo ter a sua própria carteira digital, porque precisam entregar
ao usuário do novo milênio uma boa experiência, mas as fintechs são peças
fundamentais para isso acontecer", conta Diego Perez, presidente da Associação
Brasileira de Fintechs (ABFintechs), em entrevista exclusiva ao Jornal Giro
News. Em 2016, a entidade contava com cerca de 25 fintechs e, atualmente, este
número ultrapassa a marca de 500 associadas. "As fintechs vão estar, cada vez
mais, presentes na vida do brasileiro, mas não as vejo se identificando como
bancos, estão mais para entidades que colaboram com os players
pré-estabelecidos na oferta de produtos e soluções financeiras", explica o
empreendedor.
Voz das Fintechs
Com o uso intenso de
tecnologias e ideias consideradas disruptivas, o Brasil se posiciona como um
dos hubs que mais hospeda fintechs no mundo e, dentre elas, 60% estão na cidade
de São Paulo. Assim, um dos papéis da ABFintechs é ser uma "voz única" para
representar o segmento e interagir com autoridades, reguladores e poder
legislativo. Entre as demandas da categoria, Perez destaca a consulta pública
(75/2019) sobre a alteração do regulamento de arranjo de "saque e aporte" e da
garantia da interoperabilidade. "Os usuários poderiam ir em uma padaria, um
posto de gasolina ou qualquer estabelecimento para usar um serviço financeiro.
Ainda, o cliente poderia ser de um banco, mas usar o sistema de outro do qual
não é cliente. No final do dia, os bancos se acertam, então por que não incluir
uma forma de trocar recursos entre si?", questiona.
Mapa Pix e ABFData
A ABFintechs também visa
promover negócios para os associados. Em março, a associação lançou o Mapa Pix
Saque e Pix Troco, uma plataforma que exibe os locais que aceitam as duas
modalidades. "Por mais que o Pix seja elogiado, as novas funcionalidades
precisam acompanhar essa grandiosidade, mas ele não deve ser tratado como uma
bala de prata, dever ser uma das alternativas disponíveis para o usuário."
Neste ano, a entidade planeja desenvolver a área de tecnologia proprietária e
criar a plataforma ABFData. "O produto será como um repositório de dados, em
tempo real ou na menor brevidade possível, sobre o mercado de fintechs. Assim,
entregaremos insumo para a nossa comunidade, para a mídia e para termos
informações técnicas para interagir com o poder legislativo e com reguladores",
vislumbra o presidente da associação.