Cinco Tendências do Varejo Farmacêutico em 2021
*Por Leandro Maia Ruggero
O setor
farmacêutico passou por poucas e boas em 2020. Se o começo do ano foi na zona
de conforto, os meses seguintes foram de aprendizado: gestão de estoque; vendas
digitais; diversificação de produtos para atender à demanda de itens de
higiene, por exemplo; e até mesmo realização de exames rápidos de Covid-19 nas
lojas. Com a adaptabilidade, o setor ainda garantiu um crescimento de 7,4% no
ano, segundo o IBGE.
A pandemia ainda não acabou, mas as mudanças, principalmente a
digitalização, provocadas por ela já prometem deixar suas marcas no varejo.
Pensando neste cenário e com base nos aprendizados do ano passado, listei cinco
tendências para o mercado farmacêutico neste 2021.
1 - A farmácia como hub de saúde
Há uma tendência para que as farmácias virem hubs de saúde, como
já acontece nos Estados Unidos. Lá, por exemplo, além dos farmacêuticos,
existem médicos dentro das farmácias. Aqui no Brasil, a ABRAFARMA (Associação
Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) vem fazendo um trabalho muito
forte para que estes estabelecimentos virem micro centros de saúde e até já
enviou uma proposta aos governos Federal e Estaduais para utilização de suas 26
redes associadas na vacinação contra a Covid-19. Ainda que não seja uma
realidade, o conceito e o foco em atendimento personalizado valem para todos os
tipos de estabelecimentos, desde grandes redes até farmácias de bairro.
2 - A tendência D2C (direct-to-consumer)
Após os famosos modelos B2B, B2C, B2B2C, o direct-to-consumer
(D2C) começa a aparecer no varejo farmacêutico. O modelo permite a venda direta
para o cliente final, sem a necessidade de intermediários e testes já estão
sendo feitos no mercado. Algumas farmácias pequenas e independentes estão
cedendo seu espaço para uma gondola a ser gerida diretamente pela indústria. O
consumidor faz a compra por um aplicativo, realiza o pagamento e a farmácia
recebe um repasse dessa transação.
3 - Digitalização das farmácias
Sem o costume de vender e comprar medicamentos online, a pandemia
provocou um movimento forte para a digitalização e as farmácias precisaram
aprender a atender a essa demanda rapidamente - inclusive criando seus canais
online da noite para o dia. Nesse sentido, o marketplace especializado em
farmácias foi um grande aliado. Mas também surgiu outro facilitador, o
WhatsApp. As vendas por WhatsApp cresceram muito, impulsionadas pela agilidade
de entrega. Com a facilidade experimentada pelo consumidor, essa variedade de
canais deve prosperar após a pandemia.
4 - Tecnologia
Outra tendência para 2021 é o investimento em tecnologias voltadas
à digitalização do negócio - desde a boca do caixa até a gestão do estoque.
Muitos varejistas não investem nisso por acreditarem que é algo apenas para as
grandes redes - o que não é verdade. Com essas tecnologias, além de ter dados
estratégicos para administrar o negócio, o varejista pode focar no que
realmente é importante, ao invés de perder tempo e dinheiro com funções
operacionais manuais.
5 - Pagamentos, Cashback e Pix
Há uma forte tendência para os meios de
pagamentos sem contato, seja através da tecnologia NFC, por aproximação, ou
através de links, QR Code e até mesmo o Cashback, que está tendo grande
aderência nas farmácias. Essas tecnologias não são novas, mas ganharam força com
a pandemia, principalmente após a recomendação da OMS para esses tipos de
pagamento. E não se pode esquecer do Pix, que chegou para ficar e começa a
ganhar soluções que o integram aos demais sistemas, fazendo a conciliação
automática e unificando a visão dos pagamentos para o varejista.
*Leandro Maia Ruggero égerente de Ofertas e
Produtos da Linx.