Business Intelligence Aplicado ao Novo Consumo: Entenda Melhor os Números por Trás das Compras
*Por Eduardo Córdova
O Business Intelligence (BI) é um conceito
amplamente utilizado por empresas e nada mais é que a combinação de uma análise
empresarial com a visualização de dados e de ferramentas que ajudam na tomada
de decisões. Dentro do segmento de mercados autônomos, algumas startups são
chamadas de RetailTech, ou seja, que desenvolvem soluções tecnológicas voltadas
para o mercado de varejo e consumo, indo muito além apenas da oferta de
mercados autônomos em condomínios.
Nesse caso, todo o processo de compra por
parte do cliente e de gestão por parte da operação é feito por sistema próprio
desenvolvido por uma equipe de tecnologia. Por conta disso, é possível não só
obter todos os dados de consumo, movimentação no local da loja, produtos
vendidos, rotas de abastecimento de pontos de venda, realização de inventários
e precificação automática de itens, bem como cruzar essas informações para que
a rentabilidade do negócio permaneça saudável em qualquer lugar onde tenha uma
unidade instalada. É possível afirmar que o BI é aplicado a todo momento e
ainda mais quando todas essas informações também são utilizadas para levar uma
experiência de compra ainda mais personalizada ao cliente, seja com promoções direcionadas
ao comportamento de consumo, recomendação de produtos do interesse do
consumidor, notificações sobre a disponibilidade dos itens preferidos, entre
outras possibilidades.
Com os olhos no futuro, algo que está bem
claro é que o novo consumidor está cada vez mais exigente quando se trata de
atendimento. No mercado autônomo, o atendimento não é feito por uma pessoa, e
sim por todos os elementos envolvidos no momento da compra: o local do ponto de
venda, o posicionamento dos produtos na gôndola, a exibição de promoções, o
processo de compra, o meio de pagamento e a finalização dessa jornada. É
essencial ter esses processos bem definidos com o auxílio de dados coletados
por um sistema. Saber "atender" bem em um segmento onde o próprio consumidor
está à frente do processo se tornou fundamental para quem quer se destacar no
setor. As demandas dos clientes, muitas vezes, são demonstradas pelo seu
comportamento durante a utilização do aplicativo, e é preciso estar bastante
atento a isso.
A jornada de compras pode ser analisada por
meio de dados, que possibilitam a identificação e mapeamento dos padrões de
consumo. Não apenas de quem está consumindo com recorrência, mas também de
clientes que deixaram de consumir como antes. Entender os motivos desse consumidor
ter diminuído suas compras no mercado autônomo não é o início desse processo.
Primeiro é necessário saber quem serão esses clientes, antes mesmo de eles se
tornarem "desistentes". A estratégia passa a ser manter esse mesmo cliente
comprando em seu ponto de venda por meio de um plano de ações, antes mesmo dele
considerar diminuir o número de visitas ao mercado autônomo.
Não há como negar que a transformação
digital tem revolucionado todos os aspectos de nossas vidas nas últimas
décadas. Afinal, a tecnologia pode impulsionar o crescimento de um negócio. No
varejo entender as demandas do consumidor deixou de ser uma questão de
'feeling' para se tornar uma decisão 'matemática'. Quando se fala em business
intelligence, estamos falando em processos e métodos de coleta, armazenamento e
análise de dados com foco em usar essas informações a favor do negócio, gerando
uma tomada de decisão mais acertada. O papel dessas decisões no varejo é
essencial. É um segmento que está muito próximo do consumidor final, e um de
seus grandes ativos é justamente ter dados à sua disposição para identificar
essas movimentações de transações.
Com a análise de dados as decisões são
tomadas mais rapidamente e de maneira mais assertiva com base no que foi
demonstrado pelos números. Porém, não basta apenas ter os dados em mãos, é
necessário fazer uma interpretação do que aqueles números representam. Outro
ponto sensível e que deve ser sempre lembrando é que as empresas devem
respeitar a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), ajudando na rentabilidade da
operação e entendendo onde é possível oferecer melhorias ao processo de
compras. O importante é extrair essas informações, armazenar, estudar o que
elas transmitem e trazer direcionamentos para as mais variadas áreas da empresa
tomarem decisões acertadas em suas respectivas estratégias.
Na outra ponta, para o consumidor final, a
grande vantagem é estar sempre utilizando um sistema que acompanha seu padrão
de consumo e engajamento. Como é possível dar destaque aos produtos que já
foram identificados como do interesse do cliente, se torna uma relação
ganha-ganha. O consumidor é beneficiado por estar sendo impactado pelo que
realmente lhe interessa, e a empresa consegue aumentar suas vendas por estar
oferecendo esse "serviço personalizado".
Com a quantidade de dados disponíveis para
oferecer melhor experiência de compra ao consumidor e também melhores
negociações para o varejista é indiscutível a importância dessa área na atual
geração de negócios. Pense nisso!!
*Eduardo Córdova é
CEO do market4u