Automação, sustentabilidade e conectividade protagonizam o futuro da indústria de embalagens
*Por Ulisses Cason,vice-presidente
da SEE para América Latina
Ao traçarmos uma
linha do tempo na história das embalagens, vemos que ela sempre caminhou em
paralelo com a evolução dos hábitos de consumo. É natural que a cada grande
transformação na sociedade, surgisse também mudanças no sistema do varejo e,
assim, uma evolução no sistema de proteção das mercadorias.
Atualmente,
vivemos em um tempo em que a satisfação do cliente demanda agilidade,
sustentabilidade e, ainda, conectividade. Afinal, o consumo hoje integra o
físico ao digital, portanto tudo precisa estar conectado, inclusive as
embalagens. É neste contexto que o papel da indústria mudou. Não basta apenas
fornecer material de embalagem, é preciso desenvolver sistemas e serviços que
atendam às demandas por proteção com inteligência e precisão. Para tanto, um
dos pontos essenciais é a automação. Ela é fundamental para o aumento da
produtividade e para a padronização de processos, o que leva benefícios a toda
a cadeia, otimizando recursos e respondendo à fluida dinâmica do varejo com a
velocidade necessária.
Outro fator que
seguirá moldando o futuro da nossa indústria é a sustentabilidade. As
políticas de ESG de diferentes setores apontam para um caminho de inovação em
prol de soluções com menor impacto ambiental. E a utilização de uma embalagem
mais sustentável é fundamental para reduzir o impacto de cada produto no meio
ambiente. Afinal, as embalagens representam 30% dos resíduos descartados,
segundo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (PRSB) de 2022. Desta
forma, é indiscutível a necessidade do desenvolvimento de materiais cada vez
mais funcionais e que colaborarem com a ampliação da economia circular.
Ao longo da
história vimos uma mudança gradual nos tipos de materiais utilizados na
produção das embalagens. Não podemos deixar de destacar o papel fundamental do
plástico, surgido como embalagem no século XX e que viabilizou o
desenvolvimento do mercado de alimentos, apoiando a redução de desperdício de
comida. Quando evitamos o desperdício de proteína, por exemplo, evitamos também
que todo recurso utilizado em sua cadeia produtiva seja perdido, como a água.
Estima-se que para cada quilo de carne, sejam necessários 15 mil litros de água
para seu preparo até a gôndola.
Por outro lado,
apenas 26,8% das embalagens plásticas são recicladas hoje no Brasil e voltam
para a cadeia de produção. Por essa razão, além de falar sobre a necessidade de
se reciclar, destaco a necessidade de se otimizar material de embalagens com
tecnologia e automação que utilize apenas a quantidade de filme necessária para
garantir o nível considerado ótimo de proteção.
Por fim, o
avanço do digital compõe a tríade que impulsiona o desenvolvimento da
indústria de embalagem para os próximos anos. Tecnologias de impressão digital,
soluções de automação robotizadas e as embalagens inteligentes já são
realidades no mercado global, gerando conectividade, segurança alimentar e
experiência positiva para o consumidor.
As embalagens
sempre foram essenciais para o desenvolvimento do consumo, por essa razão nós,
como indústria, temos a imensa responsabilidade de manter-nos sempre em
constante processo de inovação para trazer soluções que se antecipem às novas
necessidades do mercado e sejam focadas no cliente.