A ascensão dos consumidores acima de 60 anos
Economia Prateada
O mercado destinado
a pessoas com mais de 60 anos está em ascensão, e muitas empresas e
investidores estão apostando no potencial deste público consumidor para os
próximos anos. Quanto mais as tecnologias avançam e à medida que a expectativa
de vida aumenta, maior é a participação dos idosos na economia.
Essa presença cada
vez mais intensa da terceira idade no mercado consumidor se dá tanto na
ocupação, com a realização de atividades de trabalho e criação de novas
oportunidades de negócio, quanto no consumo, já que o volume de compra desta
faixa etária, ao contrário de outras, cresce massivamente nos últimos anos.
A economia prateada
- nome que faz referência aos cabelos grisalhos, comuns nas pessoas dessa idade
- movimenta 7,1 trilhões de dólares por ano, sendo a terceira maior atividade
econômica do mundo, de acordo com a agência de relações públicas e marketing
FleishmanHillard. No Brasil, ela gera R$ 1,6 trilhão anualmente.
Segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada quatro brasileiros
terá mais de 65 anos até 2060. Portanto, a população idosa está expandindo no
país e, em pouco tempo, será maior que a de crianças com menos de 10 anos. Isso
significa que esse fluxo pode ser ainda maior daqui para frente.
Além disso, esse
público tem mais dinheiro para gastar que os mais jovens. Não foi à toa que o
Federal Reserve, o banco central dos EUA, identificou que, em 2020, 53,2% do
patrimônio das famílias norte-americanas era controlado por pessoas nascidas
até 1964. No Brasil, os idosos correspondem a 17% dos 5% mais ricos do país, e
a apenas 4% dos 40% mais pobres, conforme um estudo da Fundação Getúlio Vargas
(FGV).
No mercado, algumas
movimentações a partir da expansão do consumo desse público foram feitas, haja
vista que existem determinadas empresas de investimento que apoiam, por meio de
financiamento e mentoria, o desenvolvimento de negócios direcionados aos
consumidores acima de 60 anos e lojas de marketplace - espaços virtuais de comércio eletrônico,
como um shopping - voltadas para essa faixa etária.
Mesmo que caminhe
para compor quase metade da população brasileira nos próximos anos e formar
cerca de 20% do consumo no país, esse grupo ainda é bastante esquecido e pouco
atendido como consumidor pelas principais marcas, alertam especialistas. O foco
das empresas, sobretudo no marketing, ainda é o público jovem.
Isso ocorre pois o
envelhecimento no Brasil ainda é tratado como novidade pelo mercado, que faz
uma transição lenta dessa cultura de consumo, de acordo com a Rede Longevidade,
ONG que produz conteúdos educativos sobre envelhecimento saudável.