Em recuperação judicial desde 2018, a rede de livrarias Saraiva entrou com pedido de autofalência na justiça, ontem (04). O ato acontece quando a empresa não tem mais capacidade de pagar as contas e os recursos disponíveis no caixa são menores do que o valor de suas obrigações. No comunicado divulgado ao mercado, a rede informou que o pedido foi protocolado nos autos do processo de recuperação judicial, na comarca do estado de São Paulo. O anúncio acontece duas semanas depois de a empresa revelar o fechamento de todas as suas lojas físicas, mantendo seu funcionamento apenas no e-commerce.

Na fase final de sua recuperação judicial, a rede de livrarias Saraiva pretende reformular suas operações físicas e digitais. O plano inclui a revitalização do site e a retomada da agenda de eventos, além do reposicionamento e da inauguração de lojas. Para este primeiro semestre, a varejista também estrutura um projeto de franquias com a marca Siciliano. "Nossa expectativa é abrir dez unidades até o fim de 2023. Com 32 lojas espalhadas pelo país, o plano da rede é melhorar a presença em cidades menores para atender demandas regionais, com espaços aderentes ao perfil de cada região, público-alvo e com maior venda e rentabilidade por m²", revela Marcos Guedes, CEO da Saraiva.

A rede de livrarias Saraiva não conseguiu concluir a operação de venda de seus ativos, que incluem lojas físicas e e-commerce. Os recursos seriam utilizados para pagar os credores e injetar caixa na operação. Com isso, a Justiça determinou que a varejista apresente, em até 30 dias, uma nova proposta, sob a pena de que sua falência seja decretada. Enquanto o plano não for aprovado, a rede deverá cumprir a proposta que já tinha sido validado anteriormente, que determina, por exemplo, que pague regularmente até R$ 160 mil em créditos trabalhistas.

A rede de livrarias Cultura encerrou as atividades de três unidades na última semana. Em São Paulo (SP), as lojas funcionavam nos shoppings Bourbon e Villa-Lobos, e na capital paranaense, no Shopping Curitiba. Em nota, a Cultura afirma que a partir de março lançará novos serviços e que "para os próximos meses, o objetivo é manter somente as lojas que trazem retorno no curto prazo. Infelizmente, lojas que teriam um retorno previsto para acima de 6 meses foram descontinuadas". A rede também informa que iniciou negociações para implementação de novos modelos de lojas em diferentes cidades do Brasil.

Hoje (21), a rede de livrarias Saraiva fecha as portas de todas as suas lojas em Salvador, após 13 anos de operação na capital baiana. São quatro unidades, com o formato Mega Store, localizadas no Shopping da Bahia, Shopping Salvador, Shopping Barra e Shopping Paralela. A Saraiva está realizando uma série de fechamentos desde 2018, quando anunciou o encerramento das atividades de 20 lojas. Neste ano, já foram descontinuadas operações em São Paulo (SP), Santo André (SP), São Caetano do Sul (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Canoas (RS).