Um banco que oferece desburocratização como um impulso aos negócios das favelas. Essa é a proposta do G10 Bank, que nasceu sobretudo para tornar possível o acesso ao crédito para empreendedores locais. "Um dos principais problemas do morador da favela é o acesso ao crédito, porque 40% da população quer empreender e não tem acesso a crédito, e quando tem é com juros altos", explica Gilson Rodrígues, presidente do G10 Favelas - bloco de líderes e empreendedores de impacto social das 10 maiores favelas do Brasil. Uma das preocupações do banco é ter critérios para além de restrições em órgãos como Serasa e SPC Brasil.

O banco digital G10 Bank inaugurou sua primeira agência física com o objetivo de oferecer suporte ao banco digital e ainda investir no empreendedorismo e na digitalização financeira dos moradores da comunidade de Paraisópolis, na capital paulista. O G10 Bank, que foi criado para pessoas físicas e jurídicas moradoras de comunidades, tem como expectativa abrir mais quatro agências - ainda no primeiro semestre - nas favelas Casa Amarela, em Pernambuco (PE), Sol Nascente, no Distrito Federal (DF), Aglomerado da Serra, em Minas Gerais (MG), e em São Paulo (SP), na comunidade de Heliópolis.

O G10 Favelas, bloco de empreendedores presente em mais de 180 comunidades no país, prepara o IPO de um banco e uma transportadora que atuam nas periferias. A organização estreia na B3, bolsa de valores do Brasil, nesta terça-feira (06) e pretende abrir capital da Favela Brasil Express e do G10 Bank em cerca de dois anos. A Favela Brasil Express faz entregas de compras online para moradores de dez comunidades. A empresa de logística faturou R$ 7 milhões em 2021 e prevê dobrar o valor neste ano. Já o G10 Bank oferece empréstimos e, a partir de 15 de dezembro, passará a ser um banco digital, abrindo contas correntes.