Qual o futuro das Fintechs?
*PorJuan
Ferres, CEO da Teros
Nos
últimos anos, há uma tendência crescente em relação à transferência de dados
entre instituições, mas a população ainda demonstra algum receio devido à falta
de conhecimento sobre os benefícios dessa prática. No entanto, espera-se que,
com o tempo, a transferência de dados se torne mais amplamente aceita à medida
que as preocupações em torno dela sejam desmistificadas.
Um
sinal claro dessa evolução é o número crescente de "consentimentos" dados pelos
usuários, que autorizam a transferência de seus dados de uma instituição para
outra. Até o momento, cerca de 22 milhões desses consentimentos foram
registrados, representando um aumento significativo em relação ao número de
cerca de 3 milhões registrados há um ano.
A
chegada da 4ª fase do Open Finance em 2023 promete beneficiar as Fintechs de
crédito, pois elas terão acesso aos perfis financeiros e históricos bancários
dos clientes. Isso possibilitará que as startups criem um score de crédito mais
preciso e personalizado para cada indivíduo, o que deve fortalecer ainda mais a
atuação dessas empresas no mercado financeiro.
As
empresas de tecnologia financeira continuarão a ser regulamentadas em todo o
mundo, com a possibilidade de novas regulamentações mais rigorosas em alguns
países. Isso pode limitar o crescimento de algumas Fintechs, mas também pode
fornecer mais segurança aos clientes.
Com o rápido
crescimento das Fintechs nos últimos anos, a regulação se tornou um tópico cada
vez mais importante. As Fintechs geralmente oferecem serviços financeiros inovadores
e disruptivos, o que pode levar a preocupações sobre proteção ao consumidor,
segurança cibernética e estabilidade financeira.
Em
muitos países, as empresas de tecnologia financeira são regulamentadas de
maneira semelhante aos bancos tradicionais, com requisitos específicos de
licenciamento, capital mínimo e conformidade com as regras de lavagem de
dinheiro e financiamento do terrorismo. No entanto, à medida que as Fintechs se
expandem para novos mercados e oferecem serviços financeiros cada vez mais complexos,
a regulação pode se tornar mais rigorosa.
Em
alguns países, como a União Europeia, as Fintechs são regulamentadas pelo RGPD
(Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados), que estabelece regras para a
coleta, processamento e armazenamento de dados pessoais. Em outros países, as
startups financeiras podem estar sujeitas a leis específicas, como a Lei de
Proteção ao Consumidor dos Estados Unidos ou a Lei de Proteção de Dados do
Brasil.
Embora
a regulação possa limitar o crescimento de algumas Fintechs, ela também pode
fornecer segurança aos clientes, reduzindo o risco de fraudes e falências. Além
disso, a regulação pode ajudar a nivelar o campo de jogo entre as Fintechs e os
bancos tradicionais, garantindo que as Fintechs estejam sujeitas às mesmas
regras e requisitos.
No
entanto, alguns especialistas alertam que uma regulação excessivamente rígida
pode impedir a inovação e prejudicar a competitividade das empresas de
tecnologia financeira. Portanto, é importante encontrar um equilíbrio adequado
entre a regulação e a inovação, permitindo que as Fintechs cresçam e ofereçam
serviços financeiros acessíveis e eficientes, sem comprometer a segurança do
consumidor.
Em
2023, espera-se que as startups financeiras continuem a ganhar força,
impulsionadas por diversas tendências, como a adoção crescente de tecnologias
como inteligência
artificial e
blockchain, a busca por experiências financeiras mais personalizadas e a
expansão de serviços financeiros para novos mercados e segmentos da população.
Além
disso, o ambiente regulatório e competitivo das Fintechs deve continuar a
evoluir, trazendo desafios e oportunidades para as empresas do setor. Neste
contexto, as fintechs devem buscar cada vez mais parcerias e integrações com
outras empresas, bem como investir em tecnologias e modelos de negócio que
possam garantir sua competitividade e relevância no mercado.