A Segmentação de Clientes é Essencial para o Varejo?
*Por
Israel Nacaxe
Diferentemente
do que acontecia no passado, onde a única forma do setor varejista alcançar o
seu público era por meio de uma mensagem padrão enviada para todos os veículos
de massa, hoje as grandes oportunidades de crescimento encontram-se na
comunicação personalizada feita nos canais digitais.
Mas,
essa mudança só poderia ter acontecido após a implementação de soluções tecnológicas.
Ela permite algo que era uma utopia antigamente: conhecer a fundo os clientes e
realizar uma segmentação baseada em seu comportamento real, tornando essencial
para o sucesso do negócio e ajudando no processo de fidelização.
Para
que isso seja feito, é importante entender os padrões que diferenciam cada um
deles. Coletar e analisar os dados, é apenas uma das partes nessa estratégia,
pois é preciso saber o valor gasto, ter foco em suas ações de marketing;
melhorar o atendimento; construir relacionamentos de longo prazo; precificar os
produtos de forma diferente para cada um deles e entregar ações customizadas.
Para
identificar as características dos usuários que estão mais próximo das marcas
(e não do concorrente), é necessário capturar os dados e entender como
trabalhá-los. De acordo com estudo 2020 Outlook Guide, feito pela Retail
TouchPoints para apresentar as principais tendências e tecnologias para 2020,
69% dos executivos entrevistados afirmam que o uso de dados é fundamental para
a criação de uma experiência única tanto no ambiente online como offline.
Isso
mostra que o sistema de CRM se torna peça fundamental no plano das empresas e
uma necessidade para aquelas que querem colocar o cliente no centro. Por meio
da ferramenta, é possível organizar essas informações e segmentar em quatro
modelos básicos: demográfica (sexo, idade, estado civil, renda, grau de
educação e profissão); geográfica (rua, bairro, cidade, estado ou País);
psicográfica (classe social, estilo de vida ou traços de personalidade); e
comportamental (hábitos de consumo, aplicação de produtos/serviços, missão de
compra e benefícios desejados).
Mas,
arrisco em dizer que a utilização de apenas uma dessas visões limita a
capacidade de obtenção de resultados, pois entender os usuários somente por
idade ou localização não é suficiente para saber o que os motiva a comprar.
Digo isso porque nem sempre todos os atributos possíveis em um tipo de
segmentação serão interessantes ou farão alguma diferença para entender o seu
perfil. Assim, é importante considerar o máximo de variáveis possíveis e
separar os consumidores em grupos, de forma que seja possível desenvolver
campanhas, ofertas e produtos que utilizem esses fatores como gatilho.
Com
esses pontos acima, concluo que o futuro da segmentação é a personalização
completa dos relacionamentos e os varejistas que irão prosperar nos próximos
anos serão aqueles que souberem como classificar o seu público e, a partir
disso, conseguirem entregar experiências personalizadas.
*Israel
Nacaxe é COO e co-fundador da Propz - empresa de tecnologia que oferece soluções de
inteligência artificial e Big Data para o varejo físico e serviços financeiros.